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Hildegard von Bingen

  • Foto do escritor: Letícia Garcia
    Letícia Garcia
  • 9 de jul. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 26 de jul. de 2021

Adoro matérias que envolvem pesquisa e já produzi várias delas para a seção "História" da Revista da Cerveja. Aqui vai o trecho de uma delas, em que fui atrás de reconstruir a trajetória de Hildegard.

Detalhe da obra "Cosmos, corpo, alma", em que Hildegard retrata a si mesma. Imagem: Acervo Warburg/Unicamp.

Abadessa, pregadora, naturalista e muito mais, ela foi a primeira a registrar a capacidade de o lúpulo conservar as bebidas. Em plena Idade Média, Hildegard produziu, ao longo de toda a sua vida, inúmeras obras que abordavam desde teologia até botânica.


Como definir essa mulher? Hildegard von Bingen, ou Hildegarda de Bingen, não se limitava a ser uma coisa só. Com interesses abrangentes, ela foi abadessa, profetisa, teóloga, compositora, pregadora, naturalista, médica informal, poeta, escritora, botânica. Isso tudo na Idade Média, uma época extremamente restritiva às mulheres. Barbara J. Newman, doutora em Estudos Medievais, escreve na introdução de "Scivias" (Paulus Editora, 2015) que a vida de Hildegard foi um misto de opressão (de gênero) e de privilégio (de classe social). Hildegard acabou encontrando espaço a partir de sua nobre origem e das portas que a vida eclesiástica lhe abriu.


A historiadora da Idade Média Régine Pernoud afirma que a abadessa representa a consciência espiritual e política desse tempo — pois, além de tudo, ela influenciava personalidades da época, de papas a imperadores. E o que tudo isso tem a ver com cerveja? Pois em seus estudos botânicos, ela se debruçou sobre a ação do lúpulo sobre as bebidas e descobriu os seus efeitos de conservação. A cerveja estava bem ao seu alcance, afinal, era produzida e aperfeiçoada nos mosteiros. Pouco conhecida do público moderno, é exatamente por seu trabalho sobre medicina e botânica que Hildegard começa, hoje, a conquistar reconhecimento.


Na Idade Média

Hildegard nasceu em 1098 em Bermersheim, no distrito de Alzey-Worms, parte do Império Romano-Germânica (962–1806). Ela foi a 10ª filha de Hildebert e Mechthild, família da pequena nobreza da região. Quando tinha oito anos, os pais a confiaram a Jutta, uma das filhas do conde de Sponheim, mestra em um mosteiro beneditino, para que recebesse instrução. Esses mosteiros eram um centro de cultura na Europa medieval, provedores de uma educação esmerada para os filhos da nobreza — uma opção apenas para a elite.


Jutta vivia reclusa em Disibodenberg, ou Mosteiro de São Disibod, que abrigava monges e monjas. Hildegard virou sua aluna, começando a educação pelo canto dos salmos. Por volta dos 15 anos, tornou-se religiosa e passou a viver recolhida em prece, meditação e trabalho. "A dedicação e habilidade da sua mestra Jutta e dela própria atraiu mais monjas, fazendo o eremitério tornar-se um convento de freiras beneditinas", registra Barbara. Jutta morreu em 1136 e Hildegard foi eleita a nova abadessa. Mas a tradicional vida no mosteiro mudaria pouco tempo depois.


"Teofania do amor divino", de Hildegard de Bingen. Imagem: Acervo Warburg/Unicamp.


Confira a matéria completa na Revista da Cerveja nº 36!

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